. Interdisciplinaridade:
Ênfase na interdependência, na integração em um todo harmonioso e significativo, na interação e na comunicação existente entre as disciplinas (FREITAS, 2005a). Segundo Piaget (apud Chaves, 1998, p.5), é o “nível em que a interação entre várias disciplinas ... de uma mesma ciência conduz a interações reais, a uma certa reciprocidade no intercâmbio levando a um enriquecimento mútuo”. Como exemplo de interdisciplinaridade o Turismo Pedagógico é apontado numa pesquisa desenvolvida por Ivanda Maria Martins Silva (2007), doutora em Letras e professora de Comunicação e Expressão da FIR (Faculdade Integrada do Recife) que elucida,
“[...] observamos a complexidade do turismo como atividade inter/multi/transdisciplinar, capaz de agregar conhecimentos diversos, articulando diferentes disciplinas, tais como: Geografia, História, Língua Portuguesa, Matemática, Sociologia, entre outras.”
Os dados colhidos nesta pesquisa, tanto bibliográficos quanto empíricos, levaram-me a concluir que as escolas ao adotarem a prática de um aprendizado que promova a conexão do aluno ao seu entorno social, tornando-o mais participante. Isso poderá se dá por meio da abordagem de temas como: meio ambiente, cidadania e ética, através de projetos interdisciplinares, capazes de nortear a aprendizagem dentro da educação contemporânea. Essa educação está embasada em pilares dentro dos quais os conhecimentos são transmitidos levando o aluno a:
1.Aprender a conhecer: pressupõe-se criar, no aluno, o senso investigativo, próprio da pesquisa, tornando-o capaz de selecionar, acessar e integrar os elementos de uma cultura geral, com espírito investigativo e visão crítica. Em resumo, significa desenvolver, no educando, a capacidade de aprender a aprender ao longo de toda a vida, isto é, conceber o conhecimento como um processo em construção, desenvolvido em vários ciclos de aprendizagem.
2. Aprender a fazer: pressupõe desenvolver a competência do saber trabalhar em grupo, ser capaz de resolver problemas e adquirir uma qualificação profissional. Esse pilar da educação privilegia a aplicação da teoria na prática, visando à articulação entre os saberes escolares e os contextos sociais que o aluno encontra fora do espaço escolar. (SILVA, 2007, n. p.)
A escola e a educação escolar tem que brotar do chão das necessidades dos alunos. As ferramentas propícias para a compreensão da adequação escola-ser têm que ser analisadas levando em consideração o seu entorno e suas possibilidades. Cada escola está dentro de uma comunidade que tem seus desejos e pretensões. A escola, ao dialogar com a comunidade, passa a compreender o seu papel, tornando autêntico o aprendizado que passará a ter vida no cotidiano dos aprendizes. As crianças hoje também têm necessidade do básico da educação, que vem antes da alfabetização. A escola teve “sucesso” quando educou os alunos de classe alta e média, por que o básico da educação já estava estruturado e constituído. Mas hoje as necessidades são outras, são anteriores ao ler e escrever. As famílias, devido ao caos social que se encontra o país e às adversidades econômicas, encontram-se ocupadas com o trabalho pela manutenção da estrutura capitalista social. A escola ainda tenta fazer seu papel anterior, mas não consegue porque existe uma necessidade ordinária atual. Toda estrutura de retaguarda do aluno se institui na pressa e no “ganho”, permitindo que o essencial, que seria o cuidado com o ser, seja deixado para amanhã, mas
“A criança não se constitui no amanhã: ela é hoje, no presente, um ser que participa da constituição da história do seu tempo. Ela possui um saber que precisa ser levado em conta.” (SOUZA, 2003, 159).
Precisamos ver as condições em que se encontram os alunos e, participando de seu entendimento de ser, proporcionar e valorizar sua auto-estima, colocando-o “alfabetizado e letrado” nas necessidades de vida das quais ele possibilita e aponta. Pois como “educadores”deveríamos refletir e resignificar “educação” para além do ato de promover o desenvolvimento econômico.
quarta-feira, 30 de julho de 2008
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